A Pedagogia Crítico Social e a Educação Cristã

A Pedagogia Crítico - Social de Paulo Freire

 

e a Educação Cristã.

 

Cornelio A.Dias

 Edição: 12:12:13 Publicação 22:19:19- 14:06:19

 

 Parte 2 do estudo: Desafios da Pós-Modernidade: a Educação Cristã.

 

•Hebreus 7: 19 (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual nos aproximamos de Deus. Continuando o estudo sobre a educação cristã, faço uma breve analise teológica da Pedagogia Crítico – Social, de Paulo Freire e a Educação Cristã, empregando o verbo transitivo indireto “prescindir” cujo significado é: (não levar em conta; abstrair, dispensar,...), que o autor aplica inteligentemente nesta sua tese, que será desenvolvido nos parágrafos apropriados, mais adiante, neste estudo.

A pedagogia é ciência que trata da educação e que estuda os problemas relacionados com o seu desenvolvimento como um todo, hoje ela abrange todas as idades e fases do desenvolvimento da pessoa, e nos parágrafos acima, posso identificar três tipos de pedagogias distintas entre si, que são: a política, a social e a cristã.

A pedagogia em geral ela se desenvolve em modalidades e parcialmente em ciclos; todas com as mesmas finalidades em comum, a de educar a pessoa elaborando critérios de comportamento visando prepará-la para inseri-la em um contexto como cidadã.

Como um primeiro exemplo, cito a pedagogia política, esta modalidade tem inicio assim como todas, no lar que é berço da família.

É aqui que toda a pessoa começa a ser educada quando criança para ser introduzida no mundo adulto.

Neste período a família é o agente educador, e a pedagogia política é apenas teórica até a pessoa atingir a sua maioridade civil quando a sua pratica se tornar um dever; nesta modalidade, ela é instruída sobre os seus deveres e direitos e em como não infringir a lei vigente do contexto político em que ela se situa.

Foi para comentar sobre a eficiência desta modalidade de pedagogia é que citei o texto Bíblico no inicio, e transitando entre a exegese para a hermenêutica do texto e aplicando à atualidade do homem contemporâneo, verificamos que ela não evoluiu; e isto é explicito quando o autor diz que o seu efeito foi nulo, ou seja, nenhuma coisa ela (a lei) aperfeiçoou, portanto, ela não produziu uma educação eficaz que fosse capaz de influenciar o caráter da pessoa, salvo exceções.

Daí é que o autor afirma, que foi introduzida uma nova esperança, que aproximou a pessoa a Deus, e podemos entender que uma educação inovadora surgiu e esta foi auto-suficiente para reabilitar a pessoa, tornando a semelhante a Deus.

Esta é uma referencia clara a pedagogia cristã, porque Cristo veio restaurar o que se havia perdido, e esta menção não se aplica ao mundo, mas, as pessoas que nela vivem.

Qualquer que seja a modalidade de pedagogia, ela tem duas finalidades básicas, que é a de habilitar ou reabilitar a conduta da pessoa, ou educar para ser e reeducar para se tornar, é natural admitir que métodos são estáveis e estão propensos à falha, por isto novos são criados para substituírem os anteriores, mas o que é perfeito permanece instável.

Um método quando não produz o efeito a que se propõe, ele se matéria de estudo, e a pedagogia como método sempre foi pesquisada até obter um efeito satisfatório e como exemplos temos as pedagogias: Crítico – Social, de Paulo Freire e a Educação Cristã.

Ambas têm uma metodologia similar, por isto a pedagogia de Paulo Freire é aclamada como uma das propostas pedagógicas mais inovadoras e eficientes do século XX e reconhecida em todo o mundo método eficaz.

Eis uma das perguntas a se responder: o que fez com que está proposta mereceu tal reconhecimento?

Como a sua teoria pode contribuir para a pedagogia cristã?

Sabemos que ambas são do viés da religião, e se a pedagogia crítico-social vem obtendo êxito na educação da pessoa, ela está propensa à finalidade que se propõe todas as pedagogias, cujo objetivo é o formar um caráter de cidadania através da educação, que é o alvo almejado das outras demais modalidades, como por o exemplo, a política; portanto, o que o texto Bíblico acima citado diz, tem lógica; onde uma pedagogia tem experimentado o dissabor do fracasso, na mesma proporção uma nova vem surgindo com grande expectativa de que inovando é possível transformar.

O que podemos subtrair da pedagogia crítico-social para responder a nossa questão que é: quais são as principais características de uma teoria pedagógica cristã construída em diálogo com a teoria crítico-social de Paulo Freire?

Sendo ambas do viés religioso, porque o ângulo central que elas tem em comum é a religião, o que permite que a proposta para a resolução da questão não tende a ser contraditória; para construirmos ou reformularmos teorias pedagógicas cristã, ou para que as características de uma teoria pedagógica cristã sejam construídas, em dialogo com a teoria crítico-social de Paulo Freire, e necessário olhar com as lentes do autor desta pedagogia para vermos o horizonte da forma como ele enxergou, ou seja, ele tinha um ideal a alcançar e alcançou este objetivo a partir do instante em que introduziu ao seu compromisso eclesiástico, o método de alfabetização centrado na conscientização da prática educacional baseada apenas na tradição, ou no hábito escolar.

O que autor descobriu remete ao segundo parágrafo do texto onde o termo “prescindir” (não levar em conta, abrir mão de que; desistir, mudar de idéia, ceder, renunciar), foi aplicado à noção de esperança.

E repetindo a fala do autor, ele diz o seguinte; reconstruindo as suas falas: a) Pensar que a esperança sozinha transforma o mundo e atuar movido por tal ingenuidade é um modo excelente de tombar na desesperança, no pessimismo, no fatalismo.

Achar que a esperança sozinha pode transformar o mundo e atuar movido por tal ingenuidade é um modo excelente de tombar na desesperança, no pessimismo, no fatalismo. b) Mas, prescindir da esperança na luta para melhorar o mundo, como se a luta se pudesse reduzir a atos calculados apenas, à pura cientificidade, é frívola ilusão.

Mas, abrir mão de que a esperança na luta para melhorar o mundo, como se a luta se pudesse reduzir a atos calculados apenas, à pura cientificidade, é frívola (inútil) ilusão. c) Prescindir da esperança que se funda também na verdade como na qualidade ética da luta é negar a ela um dos seus suportes fundamentais.

Desistir da esperança que se funda também na verdade como na qualidade ética da luta é negar a ela um dos seus suportes fundamentais.

Paulo Freire analisou as possibilidades de como a esperança pudesse favorecer a sua pedagogia e concluiu que, se o fator esperança fosse aplicado de uma forma diferente do resultado a sua analise, provavelmente daria certo, e chegou a seguinte conclusão: O essencial da Pedagogia da esperança, é que ela enquanto necessidade ontológica precisa de ancorar - se na prática. Enquanto necessidade ontológica a esperança precisa da prática para tornar-se concretude histórica.

É por isso que não há esperança na pura espera, nem tampouco se alcança o que se espera na espera pura, que vira, assim, espera vã.

Por necessidade ontológica podemos compreender como a investigação teórica da realidade do ser atribuída na forma pratica.

O autor desenvolveu esta pedagogia da esperança, da seguinte maneira: Centralizou o seu método de alfabetização na conscientização, fez dele um compromisso eclesiástico, firmou a sua esperança neste embate, analisou a política de forma seria e correta para descobrir a possibilidades de aplicar a sua pedagogia, aprendeu a ser cognoscível, ou seja, obteve conhecimento profundo do conteúdo a ser ensinado, fez deste conhecimento o ato de ensinar para que o educando conhecesse o que estava sendo ensinado; e por fim elaborou um estudo teórico, e aplicou esta teoria de forma prática educacional baseada apenas na tradição, ou no hábito escolar; essas são as características que devem ser aplicadas à educação cristã.

Para revisar a noção de como deve ser feita a educação cristã à luz da pedagogia de Paulo Freire, e resolvendo a questão proposta neste estudo, que pergunta: quais são as principais características de uma teoria pedagógica cristã construída em diálogo com a teoria crítico-social de Paulo Freire; devemos concluir que: a Educação Cristã precisa aprimorar o seu método e adaptar as suas características as do modelo proposto na pedagogia crítico-social.

Aplicá-las observando os principais critérios que são: elaborar um conteúdo teórico de Educação Cristã, e descobrir as possibilidades de aplicar esta pedagogia na prática aplicando-a conforme o método tradicional escolar, desenvolver a cognicibilidade do educador de maneira que ela tenha conhecimento pleno daquilo que está ensinando e transmiti-lo eficientemente, de forma que o educando conheça e aprenda o que está sendo ensinado; usar esta pedagogia para a conscientização da importância que este ensino representa na vida do educando, e ter como ferramenta principal à esperança de se obter êxito pleno neste embate fazendo deste objetivo, um compromisso eclesiástico.

O contexto político secular atualmente neste século XXI vem atuando de maneira sutil e ardilosa a fim de inverter os conceitos fundamentais do tradicional conservadorismo social visando construir uma sociedade liberal sem os principais fundamentos que constituem uma família regida pela disciplina, ética, moral e religiosa, através de ideologias pós-modernas nefastas com a de “gênero”, por exemplo; que visa levantar a bandeira da promiscuidade sexual, moral e social cujo resultado final visa estabelecer a degeneração e degradação do ser humano com “imago dei”.

ATENÇÃO: Observe que no estudo introdutório eu mencionei a eficácia do método da Pedagogia da esperança; porém, o que você deve saber é que o efeito da pedagogia citada tinha um propósito distinto da sua finalidade teórica; e o resultado é este que estamos obtendo com a conduta dos jovens estudantes das ultimas duas décadas que é a decadência moral, social, política e religiosa nesta atualidade.

Pergunte: Por quê?

Respondo: Porque o pensador e autor desta teoria que podemos aplica lá como modelo de Educação Cristã sem temer o resultado final, tinha uma finalidade oposta ao propósito que ela explicitava, ela foi aplicada como uma maneira de fazer uma lavagem cerebral nos jovens a fim de torná-los séquitos de uma política liberal; com o propósito de educá-los conforme a ideologia comunista para no futuro serem protagonistas fanáticos de uma doutrina política evasiva para justificar as suas ideologias libertárias como está sendo defendido atualmente no Brasil e no mundo; cujo viés é o partidarismo anarquista.

E podemos afirmar sem ser hipócrita que a Educação Cristã falhou. E todos os contextos.

Não nos seus métodos, mas, na não aplicação dos seus métodos na educação secular.

A educação cristã não visa educar religiosamente, sim, educar na esfera secular seguindo os critérios universais cujos estão registrados apenas na Bíblia.

Esta educação falhou também no seio da família que abandonou os critérios conservadores e aderiram ao movimento liberal.

Hoje o mundo está invadido por todo o tipo de ideologia que contraria os princípios morais e éticos de uma sociedade normativa que visa estabelecer normas ou padrões de comportamento; determinando o que é correto. 

Portanto: a Educação Cristã precisa sair da teoria, do seminário e da Igreja e vir cumprir o seu ofício secular que é o de defender a integridade social, moral, religiosa, política, secular moral que foi deturpada pela Pedagogia do Oprimido; cujo também autor da Pedagogia da esperança ensinou com méritos, diga se de passagem, não fosse à sua aplicação para obter o efeito contrário.

Este é o nosso dever; de todos, compromissarmos como Educadores Cristãos: reconstruir a Família como berço da sociedade moral e ética e restaurar dignidade que está sendo perdida pela juventude. Não pense. Haja!

 

Imagem:  1 https://www.christianpost.com/voice/biblical-christianity-vs-progressive-ideology-threat-western-christianity.html


Em Cristo.

 

Shalom  

 

"Feito perfeito, é imperfeito; como criação, o meu eu; natureza humana! C. A. Dias.