Papa Francisco está se posicionando contra Israel

O papa Francisco está se posicionando contra Israel

 

Thomas Ice

ISRAEL E O POVO JUDEU DEVERIAM PROTESTAR CONTRA ESSA MEDIDA NOS TERMOS MAIS FORTES POSSÍVEIS, E SE CERTIFICAR DE QUE O PAPA FRANCISCO PERCEBA O MAL QUE FEZ. 

Em um acordo que foi estabeleci­do em Roma em maio de 2015, a Igreja Católica disparou a mais re­cente salva de tiros de sua luta de 2.000 anos para desqualificar o po­vo judeu. Em uma reunião com re­presentantes palestinos no Vaticano, as autoridades da igreja concorda­ram em reconhecer formalmente o "Estado da Palestina" como parte de uma negociação relativa às atividades católicas nas áreas controladas pelos palestinos.

 

E, se por acaso alguém não per­cebeu o recado, o porta-voz do Vati­cano, padre Federico Lombardi, deu--se ao trabalho de confirmar: "Sim, é um reconhecimento de que o Estado existe". Este vergonhoso passo é um gra­ve golpe nas relações católico-judaicas e não pode ficar sem resposta.

Israel e o povo judeu deveriam protestar contra essa medida nos ter­mos mais fortes possíveis, e se certifi­car de que o papa Francisco perce­ba o mal que fez.

 

Em termos bíblicos, ao reconhe­cer um Estado palestino na Judéia e em Somaria, o Vaticano está efetiva-mente buscando negar a aliança eterna entre Deus e o povo judeu, a quem essa terra foi prometida muito tempo atrás. Isto não é somente ofensivo e desrespeitoso, mas tam­bém desonesto. De fato, não se po­de deixar de questionar: Qual Bíblia o Vaticano está lendo?

 

Seja qual for, devem estar faltando algumas pági­nas, já que uma olhada mesmo que superficial pelas Escrituras deixa cla­ro que Deus prometeu dar a Terra de Israel para o povo judeu e a ninguém mais. Na verdade, há mais de 150 versículos bíblicos, de Gênesis a Josué e Crônicas, que declaram isto e reafirmam que Israel retornaria do Exílio para este solo sagrado.

 

Vejamos, por exemplo, Isaías 14.1-2: "Porque o senhor se compade­cerá de Jacó, e ainda elegerá a Israel, e os porá na sua própria terra". Ou, vamos ler Jeremias 31.5, onde Deus diz: "Ainda plantarás vinhas nos montes de Somaria". Observemos tam­bém Gênesis 48.3-4; e Juizes 2.1; Ezequiel 34.11-13; Oséias 3.4-5; Amos 9.14-15; Obadias 1.17; Sofonias 3.19-20 e Zacarias 8:7- 8.

 

A Bíblia coloca em realce, sobre­tudo, que estas não eram meramente afirmativas, mas juramentos divinos, que jamais seriam quebrados.

 

Crônicas 16.15-18 diz: "Lem­bra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações; da aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a (sa­que; o qual confirmou a Jacó por de­creto e a Israel, por aliança perpétua, dizendo: Dar-vos-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança". Vo­cê entende, mas parece que o Vati­cano não.

 

Na verdade, meus amigos cris­tãos me dizem que as palavras "Pa­lestina" e "palestinos" não aparecem em lugar algum no Novo Testamento. Consequentemente, pode-se afirmar que o próprio Jesus ficaria perplexo diante da posição do papa.

 

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O porta-voz do Vaticano, padre Frederico Lombardi [D] confirmou: "SIM (...) O Estado [Palestino] existe.

Afinal, de acordo com a crença cristã, Jesus, o judeu, nasceu e foi criado em Belém, o que significa que havia uma comunidade judaica ali, com sinagogas, rituais de banhos, ra­binos e talvez uma confeitaria kosher também, centenas de anos antes que o islamismo fosse criado.

 

Então, a Igreja Católica agora julga que Jesus foi um "assentado" ou um "ocupante" da terra palestina? Pois, para uma instituição que se denomina "a Santa Sé" e que afirma manter valores sagrados, o envolvimento profano do Vaticano na política do Oriente Médio é sim­plesmente indecente.

 

E, dada sua sórdida história de anti-semitismo, queima de livros, con­versões forçadas e inquisições, a Igreja Católica deveria pensar cem vezes antes de se atrever a pisar nos calos de Israel.

 

No mínimo, o papa deveria es­tar de joelhos pedindo perdão ao povo judeu e expiação ao Criador pelo que o Vaticano tem forjado du­rante séculos. A atual tentativa de enfraquecer e negar o direito de Israel à Judéia e Somaria ao reconhecer o Estado  palestino vem cheia de "supersessionismo", ou "teologia da substituição", uma doutrina de acordo com a  qual a Igreja substituiu Israel como instru­mento escolhido por Deus cerca de dois mil anos atrás. 

 

Pelos últimos 50 anos, desde o Concílio Vaticano Segundo, a Igreja Católica vinha vagarosamente reco­nhecendo que o povo judeu é "um povo aliançado", desta forma, esca­pando, mesmo que levemente, do supersessionismo.

 

Mas conferir legitimidade a um Estado palestino é o mesmo que su­gerir que os palestinos substituíram Israel como os legítimos donos da terra, uma posição que insulta a his­tória, a teologia e o bom senso.

 

Isto não é nada menos que o supersessionismo via meios diplomáti­cos, e um insulto cruel às gerações de judeus que aspiravam por Sião enquanto suportavam a opressão e a perseguição católicas.

 

Israel precisa responder veemen­temente a esta afronta. Não pode­mos ficar alheios e observar enquan­to nossa integridade nacional é pos­ta em questão. Um bom lugar para começar seria retirando o nosso em­baixador à Santa Sé, restringindo o número de vistos dados aos representantes do Vaticano e excluindo qualquer possibilidade de dar à Igre­ja o espaço que ela tão profunda­mente deseja no túmulo do rei Davi e no Monte Sião.

 

Que vergonha é que, depois de tanto progresso nas relações católico-judaicas nas últimas décadas,  o Vaticano agora traia todos os avan­ços que já foram feitos. Mas o papa Francisco precisa perceber que, ao reconhecer o fictí­cio "Estado da Palestina", está  se posicionando contra Israel, contra o povo judeu e contra a própria Bíblia. E isto é algo que não podemos perdoar, nem esquecer tão cedo.

 

(Mi-chael Freund - www.jpost.com) Michael Freund serviu como Diretor de Comunicações do Gabinete do primeiro-ministro de Israel sob Benjamin Netonyohu. Ele é fundador e presidente do Shovei Israel/ Isroel Retorno [N.T.: lit. os que retornam ao povo de Israel], uma organização com base em Jerusalém, que busca e dá assistência às Tribos Perdidas de Israel e a outros "judeus escondidos" que desejam retornar a Sião.