Quem é esta tal: “sinceridade”?

 Quem é esta tal: “sinceridade”?

 

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esde antes de conhecer a frase:

Se penso, logo existo; e de tentar compreender o seu significado, o que esta frase expressa e qual a sua profundidade na realidade de quem pensa sobre a sua existência, venho tentando compreender o significado real de outra palavra, que me arranca profundas interrogações sem respostas; e a palavra é: "sinceridade". Não que o pensamento filosófico tenha alguma ligação direta com o tema do artigo, mas, pela aplicação do termo "pensar" e do "existir" ou a sinceridade como qualidade e condição de caráter e a sua afinidade com as demais virtudes do ser humano. Pensei: E se ela não existisse como seríamos? Ainda não sei o significado gramático deste termo, nem o seu radical, a sua origem e nem os sinônimos e antônimos; porém quando fico a meditar nela, começo a procurar onde ela estaria dentro da minha recôndita personalidade, e quanto mais pesquiso, mais aumenta a minha dúvida, visto que sei que ela faz parte do nosso intelecto e do sentido racional, mas, neste interstício eu pergunto para o interior substrato e abscôndito do meu caráter o seguinte: o que aconteceria se neste exato momento eu precisasse dela; para intermediar uma situação adversa? E se ela me faltaria por não existir qual outra virtude natural pudesse lha suprir? 

Quem é esta tal: “sinceridade”?

Esta pergunta vai ser o titulo deste artigo, porque penso que esta é a dúvida de qualquer um que também quer saber quem é ela!

Eu ainda não consegui descrevê-la porque toda vez que precisei dela, a circunstância imediata não era das mais agradáveis e o resultado obtido surpreendeu contrariamente toda a minha expectativa; quando pensei que eu seria beneficiado por ela, porém na verdade o resultado reverso foi todo meu, daí; voltei à estaca zero, desta incógnita.

Nestas minhas pouco mais de cinco décadas de existência estou quase perto de uma compreensão mais plausível, ou seja, bem mais próximo, na minha concepção atual, sobre qual é a possível definição desta mais famosa das virtudes humanas, cuja, ainda permanece desconhecida da maioria das pessoas.

Creio que em algum lugar dever estar escondido este tesouro e a sua origem, porém encontrá-lo, é mais difícil que descobrir as minas do Rei Salomão, mas, não é impossível, basta ser insistente.

Na arqueologia das palavras que aprendi, escavando pacientemente depois de inúmeros infortúnios, comecei a assimilar que a [“sinceridade?”]; é uma virtuosa qualidade similar ao significado do termo valentia, mas, que nem mesmo os valentes, destemidos, arrojados e outros a possui, que é a [coragem], isto porque não existe alguém que não tenha o seu próprio medo, aquele nunca assumido.

Da mesma forma que o outro termo tem para mim um sentido diferente da sua definição, que é a palavra “malícia”; o sentido que já experimentei todas as vezes que defrontei com ocasiões em que a [“sinceridade?”] tinha que ser aplicada, eu tive medo; mas, do que?

Para esta pergunta existe uma coletânea de substantivos, verbos, advérbios, e ou uma variedade de termos linguísticos, os quais foram superados por esta sensação produzida pela ação da adrenalina no sistema nervoso central; e diante das tais complicações dos fenômenos da vida secular, bem como da transcendental, que forçou-me a apelar para outros meios singulares, métodos falidos de atitude comportamental e falhei junto com eles.

Mas o que dizem desta tal: [“sinceridade?”]..Na primeira pesquisa que fiz sobre este termo encontrei as seguintes definições: Sinceridade é ser honesto e transparente consigo mesmo e com o outro. Sinceridade é mostrar ao outro a verdade ou opinião sem criticá-lo, deixando claro sua posição.

Ex. Expor sua posição quanto a uma situação polêmica, como roubar, matar, etc. encontrei também alguns sinônimos: Franqueza, honestidade, credulidade, ingenuidade, inocência, simplicidade, sinceridade, cordialidade, afeição, amabilidade, desafogo, desassombro e outros mais..., além dos antônimos: falsidade, doblez, refolhamento, fingimento, refolho, hipocrisia, rebuço, dobrez, deslisura, duplicidade, desonestidade, insinceridade, dissimulação, disfarce, mentira e mais...

Relacionado diretamente a tal: [“sinceridade?”], não encontrei um em que eu pudesse adotá-lo com definitivo quando a questão fosse: ser sincero ou agir conforme ela rege este principio.

Eu ainda estou longe de encontrar um sentido real que possa ser experimentado na prática, que corrobore com a essência exata desta tal: [“sinceridade?”]; mesmo quando agi de maneira a explicitar o sentido prático do termo, em algumas decisões da vida, eu percebi que durante o momento em que eu esta sendo sincero, estava também coagido pelo efeito reverso do medo.

Senti que estava dominado por uma onda de magnetismo e sensações biológicas incompreensíveis, porém sabia que eram reações psicológicas e físicas causadas pela emoção quando esta está diretamente sendo aplicada a razão.

O raciocínio agia influenciado pela emotividade controlada e o agente responsável pela ação da efetivação do motor [“sinceridade?”], era o medo coagido.

O medo coage ou obriga a pessoa a tomar uma decisão contraria as suas vontades, quando ela está diante de uma situação, cuja, a [“sinceridade?”]; é um caminho somente de ida.

Ou vai ou não.

O termo, não somente ele em si, [sincero] mas, a sua aplicação nas questões enigmáticas dos comportamentos afetados pela [“sinceridade?”]; não possui uma catacrese, que é uma metáfora já absorvida no uso comum da língua, de emprego tão corrente que não é mais tomada como tal, e que serve para suprir a falta de uma palavra específica que designe determinada coisa; como por exemplo: braços de poltrona; cair num logro; dentes do serrote; nariz do avião; pescoço de garrafa; virar um vaso de cabeça para baixo e outros; porque a atitude por trás do sentido da palavra, não é definida, e o máximo que podemos definir é que a [“sinceridade?”]; é soma dos fatores, coragem, decisão e verdade que se fundem numa só ação, e quando chega o momento em que estas ações conjuntas precisam ser efetivas, elas as são, mesmo mediante o frio cadavérico do medo.

O calafrio, as mãos geladas o suor inconstante as palpitações cardíacas a adrenalina acelerada e o calor da situação em conflito, se fundem mediante a decisão da ação. 

Quem já experimentou a sensação desconfortante do momento em que diante de outra pessoa revela não ter mais afinidade pessoal com ela suficiente para continuar mantendo a relação afetiva intima entre ambos, e que por este motivo ele está saindo da vida dela, para bem comum dos dois; ou daquele que decidiu voluntariamente por esta resolução, declarando o fim do relacionamento sem mentir e olhando nos olhos?

Quem já vivenciou este drama tem a sensação de que uma bomba atômica está na sua plena explosão dentro do seu âmago.Esta tal [“sinceridade?”]; quase nunca está presente nos eventos em que ela não poderia faltar, tanto nas relações afetivas, sociais, religiosas, contemporâneas como em outras ocasiões, porque é uma das mais temíveis sensações produzidas pelas reações químicas orgânicas e psicológicas, mas, este é um mal que se abate sobre o ser humano independente da sua formação social, cultural, moral, religiosa e outras, além de que ela é agravada por quem sofre de distúrbios da personalidade.

O mentiroso, o de dupla personalidade, o infiel, o traiçoeiro são os que não são capazes de agir nem para si mesmo, bem como para o bem de outrem, quando o fator é a [“sinceridade?”].

Para ser sincero, não é necessário conhecer alguma doutrina ou filosofia platônica, mas, sim, de não ter medo de negar a si mesmo, o direito de não ter medo de dizer a verdade no momento em que a única solução é ter coragem de ser verdadeiro e transparente, em qualquer decisão.

Eu também confesso ter certo receio dela sempre que sou desafiado pela mesma, por já ter sofrido sérias consequências quando fui defrontado por ela, e que em algumas vezes eu fui vencido pela covardia; nem tanto pelo medo, porque sabia das consequências e o efeito que ela me traria por toda a vida.

Já falhei por conta da força da [“sinceridade?”]; diante do homem, de Deus e de mim mesmo, e admito, a sensação produzida é pior do que a que se obteria caso não tivesse fracassado diante dela.

Nisto estou tentando ser sincero! Por isto sempre estou revendo os meus conceitos.

E você? Já falhou, fracassou, ou furtou-se do direito de agir em algum momento da sua sua vida, conforme exigia a natureza da ação da “sinceridade?

  

       Em Cristo.

Revisão Julho 2016

Shalon.

Por Cornelio A.Dias  

 

"Feito perfeito, é imperfeito; como criação, o meu eu; natureza humana! C. A. Dias.

 

 

              

 

 

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