A Grande Mentira e o Armagedom

 A Grande Mentira e o Armagedom


A Grande Mentira e o Armagedom

Tim LaHaye

Armagedom é uma das obras da minha série de    ficção profética escrita em co-autoria com Jerry B. Jenkins. Toda a série “Deixados    Para Trás” baseia-se em muitas profecias referentes àquele espaço de tempo, assombrosamente    importante, conhecido como o período dos sete anos de Tribulação, que culminam    com a Segunda Vinda de Jesus Cristo. Embora haja pelo    menos 49 referências a esse período no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento,    baseamo-nos principalmente em Apocalipse 4-20. A maioria das pessoas não percebe    que a Bíblia reserva mais espaço para esses sete anos do que para qualquer outro    período comparável, à exceção do terceiro ano de ministério do nosso Senhor Jesus.    Nesse ano, afinal de contas, está contida a principal mensagem da Bíblia.

Praticamente ninguém questionaria a afirmação de que Isaías é um príncipe entre os profetas. Sua eloqüência é muito evidente. (...) Ele dispõe de um vocabulário mais rico que qualquer outro profeta, ainda mais abrangente do que o do Livro de Salmos”.

Por que o nosso    Deus revelador utilizaria tanto espaço em Sua Santa Palavra para falar sobre esse    curto período? A resposta poderia apenas residir no fato de que seria a última    oportunidade para que o homem receba a Cristo e participe do maravilhoso plano    providenciado por Deus para a humanidade – o Reino Milenar de Cristo seguido    por uma eternidade no céu. Sempre que tentamos    entender as ações de Deus, um fator essencial em Sua natureza é que, embora    Ele, de fato, seja o “Deus Todo-Poderoso” e o Soberano do universo, Ele também    é “misericordioso, e compassivo, e tardio    em irar-se, e grande em benignidade” (Joel 2.13), conforme declararam os    profetas. Além disso, o apóstolo Pedro descreveu a intenção básica de Deus para    a humanidade em 2 Pedro 3.9: “...ele é    longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem    ao arrependimento”. É obvio, então, que a vontade básica de Deus para o ser    humano é que este seja salvo. Portanto, partindo dessa compreensão, é possível    discernir o Seu propósito em advertir tantas vezes o homem quanto ao que acontecerá “logo em seguida à tribulação daqueles    dias” (Mateus 24.29) – a aparição gloriosa de Jesus.

O principal objetivo    do período de tribulação é abalar a terra e invadir o pensamento humano com todo    tipo de juízos e atos de misericórdia, de modo que todos que estiverem vivos durante    aquele período de desfecho da história possam perceber a necessidade de invocar    o nome do Senhor. Por isso, Deus,    em Sua misericórdia, concede à humanidade sete anos, depois do Arrebatamento da    Igreja e da assinatura da aliança entre Israel e o Anticristo, para que seja    salva da condenação eterna. E é assim que uma “grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos,    povos e línguas” (Apocalipse 7.9) será salva. Infelizmente, uma multidão    muito maior não terá o mesmo destino. Porém, tal como hoje, o ser humano faz a    sua própria escolha. Deus não força ninguém a se tornar um crente, seja nos    dias de hoje, ou naquele futuro período de tribulação. A salvação é uma questão    de escolha, e é o homem que faz a escolha – não Deus. Essa é a razão pela qual    as Escrituras podem dizer: “cada um de    nós dará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14.12).

O    principal objetivo do período de tribulação é abalar a terra e invadir o    pensamento humano com todo tipo de juízos e atos de misericórdia, de modo que    todos que estiverem vivos durante aquele período de desfecho da história possam    perceber a necessidade de invocar o nome do Senhor..

Sendo assim, o    propósito do período de tribulação é o de trazer o maior número possível de almas    ao Salvador, imediatamente antes que Ele venha, para que uma quantidade máxima    de pessoas possa desfrutá-lO para sempre. Em nossos romances, eu e Jerry Jenkins    tentamos deixar isso bem claro naquilo que denominamos “uma conversão plausível    que seja reproduzível no coração do leitor”. Para mim, um romance cristão que    não tem essa mensagem redentora não é digno do tempo dedicado à sua leitura. A    evidência de que Deus nos orientou para este objetivo está nas milhares de pessoas    que receberam a Cristo e nos enviaram uma resposta sobre sua decisão. Podemos    apenas presumir que dezenas de milhares tenham tomado a mesma decisão e nem ficamos    sabendo a respeito. Agora, retornemos    ao meu assunto “a grande mentira e o Armagedom”. Escrever o livro Armagedom me deu a oportunidade de revisar    um tema que, há muito, me intriga – a mentira que é contada aos reis da terra    pelos três demônios “semelhantes a rãs” enviados por Satanás, pelo Anticristo, e pelo Falso Profeta, perto do fim da    Tribulação. Note a predição das Escrituras em Apocalipse 16.13-16: “Então, vi sair da boca do dragão, da boca    da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs;    porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos    reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do    Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que    vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha).    Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom”. Em meu comentário    sobre o livro de Apocalipse, escrevi a seguinte explicação dessa passagem:

A segunda parte      da sexta taça de julgamento revela os três espíritos imundos semelhantes a rãs      que sairão da boca do Diabo, do Anticristo, e do Falso Profeta. Estes espíritos      enganadores, por meio de milagres operados diante dos “reis do mundo inteiro”,      enganarão os mesmos ajuntando-os para a “peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso”.      Após os cinco julgamentos anteriores de Deus, a terra estará numa desordem econômica,      social e política tão caótica que os reis da terra não estarão preparados para      guerrear com ninguém. Somente pela influência desse espírito sobrenatural do engano,      procedente de Satanás, do Anticristo, e do Falso Profeta, será possível convocar      o ajuntamento dos reis e exércitos do mundo para o conflito final contra Deus e      Seu Cristo. O momento oportuno desse evento deve ser nos últimos dias da Tribulação,      já que a próxima taça da cólera de Deus encerra a Tribulação com a destruição      da Babilônia.[1]

Ninguém        pode negar que a elite “educrata”, que domina atualmente a educação no mundo        ocidental, já engoliu a “grande mentira” formulada por Darwin e é dominada por        ela.

Mesmo tendo escrito    o texto acima há muito tempo, venho pensando que esse acontecimento futuro envolve    muito mais do que eu havia descoberto, até então. Que ilusão mentirosa poderia    enganar os reis da terra a ponto de dirigirem seus exércitos dizimados para o    vale de Megido a fim de lutar contra Cristo? Enquanto eu orava e pesquisava o    assunto na elaboração do texto preliminar do livro Armagedom, antes de enviá-lo a Jerry Jenkins para que redigisse a    ficção, tive a oportunidade de ler o livro de Dr. Henry Morris intitulado The Long War Against God (“A Longa Guerra    Contra Deus”), que considero um dos cinco melhores livros que já li em toda a    minha vida. Uma parte da argumentação desse brilhante cientista e estudioso da    Bíblia propõe que Satanás foi o primeiro evolucionista. O Diabo se considera    uma criatura que evoluiu, ele acha que Deus evoluiu e que Jesus Cristo também    evoluiu. Conseqüentemente, Satanás pensa que é igual a Deus e a Jesus. Isso,    certamente, explica a sua conduta em rebelar-se contra Deus, lutando contra Ele    durante todos esses séculos e chegando ao cúmulo de oferecer a Cristo “todos os    reinos do mundo”, se Jesus se prostrasse perante ele e o adorasse.

Ainda que a possibilidade    de que isso ocorra é inexistente, há fortes indícios bíblicos de que Satanás    acredita nisso. Por certo, isso explica o seu comportamento esquisito ao longo    dos séculos. Eu chamo essa especulação de “a grande mentira”. Ninguém pode negar    que a elite “educrata”, que domina atualmente a educação no mundo ocidental, já    engoliu essa “grande mentira” e é dominada por ela.

A evolução forma a base da    moderna filosofia de educação, desde a pré-escola à pós-graduação, e é defendida    com o mesmo fervor religioso com que nós crentes em Cristo defendemos a criação    de Deus. Apesar de não haver sequer um resquício de prova científica em favor    da teoria da evolução, ainda assim eles aceitam essa grande mentira pela fé, cegamente,    como se fosse verdade. Um dos mais renomados evolucionistas da atualidade, que    outrora dirigiu o Departamento de Biologia da universidade mais liberal dos Estados Unidos e foi vencedor do Prêmio Nobel por suas contribuições à Ciência, provou    a sua aceitação da grande mentira. Ele foi citado na revista Time ao afirmar que há somente duas explicações    para as origens: “ou foi por geração espontânea (evolução) ou por criação divina.   

Como sabemos que Deus não existe, reconhecemos, então, que a evolução é um fato”. Se os homens brilhantes    de nosso mundo atual sucumbem a essa grande mentira com tão pouca evidência, como    os reis do futuro poderão resistir quando a maior mentira da história for espalhada    no mundo pelos três espíritos semelhantes a rãs (o que significa que eles pulam    por toda a terra) encarregados de contá-la? Principalmente, quando Satanás, o    Anticristo, e o Falso Profeta lhe acrescentarem uma deturpação especial. Satanás    entende de profecia. Ele sabe que Jesus está para voltar a esta terra em poder    e grande glória. O problema dele é que crê na grande mentira e pensa que suas    ações podem alterar o cumprimento inevitável dessa profecia.

Satanás        só precisa convencer os reis perversos da terra de que, se eles dirigirem todos        os seus exércitos a Jerusalém para destruírem a Cristo na Sua Vinda, poderiam        livrar-se dEle e de Deus para sempre.         Assim, ele e os dez reis poderiam governar o mundo..

Pensando que todo    mundo é produto da evolução, Satanás crê que, se puder destruir Jesus quando    vier, ele mesmo poderá governar o mundo. Portanto ele só precisa convencer os    reis perversos da terra de que, se eles dirigirem todos os seus exércitos a Jerusalém    para destruírem a Cristo na Sua Vinda, poderiam livrar-se dEle e de Deus para    sempre. Assim, ele e os dez reis poderiam governar o mundo. Esse é o mal derradeiro    inspirado pela grande mentira para a qual os estudiosos da Bíblia encontrarão    paralelos no conselho de Lúcifer a Eva, quando a tentava para que comesse do    fruto proibido: “vá em frente, coma e você se tornará um deus, conhecendo o bem    e o mal”. O enganador-mestre    utilizará os seus poderes da mentira para atrair o maior exército da história    mundial rumo ao lugar que Napoleão chamou de o mais propício campo de batalha    natural na face da terra, o Vale de Megido. É claro que Satanás    e seus comparsas fracassarão, tal como ele fracassou na tentativa de fazer Jesus    adorá-lo. Ao invés disso, Jesus o destruirá, exatamente como as profecias da Bíblia    predizem. A narrativa fictícia desses detalhes aparece no livro O Glorioso Aparecimento, o décimo-segundo    volume da série “Deixados para Trás”.

A “grande mentira”    que, hoje em dia, é o alicerce de todo pensamento e educação seculares, não é    aceita na base da evidência, mas, pelo contrário, por uma fé cega. A outra alternativa    é a crença em Deus e no encontro final com Ele por ocasião do juízo. Isso leva    os homens a perceberem que são eternamente responsáveis por seus atos.

O apóstolo    Pedro explica a razão pela qual pessoas inteligentes que até estudaram a complexidade    da ação de Deus na criação, mesmo assim se recusam a crer naquilo que seus    olhos lhes dizem, ou seja, que há um Criador invisível por trás de todas as coisas.    Pedro declarou: “Porque, deliberadamente,    esquecem” (2 Pedro 3.5). Isto é, eles não vão crer na verdade, ainda que a    evidência seja tremendamente forte. Isso explica a determinação perniciosa de    pessoas cultas que se recusam a crer. É a obstinação ou a rebelião contra Deus    que as impedem de contemplar o projeto do nosso universo e de admitir que “no princípio, criou Deus os céus e a terra”    (Gênesis 1.1).

A Bíblia ensina que há somente um caminho de salvação (João 14.6). Ou,    dito de outra maneira: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do    céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12).

Enquanto visitava, recentemente, o Institute    for Creation Research (Instituto de Pesquisa da Criação), em El Cajon, na    Califórnia, encontrei um jovem cientista recém-chegado após minha visita anterior.    Ele fez um comentário interessante: “Eu era um evolucionista”. Não pude deixar    passar a oportunidade de perguntar como se tornara um criacionista. Ele simplesmente    respondeu: “Um amigo meu compartilhou o Evangelho comigo e eu orei recebendo a    Cristo como meu Salvador. Depois disso, a Criação se encaixou no seu lugar para    mim”. Este é um exemplo perfeito do que Pedro estava dizendo naquele texto – os    que deliberadamente esquecem são aqueles    cuja rebelião contra Deus os deixa cegos para os fatos da ciência que apontam    para a Sua mão criadora. A rebelião contra Deus torna as pessoas vulneráveis à    grande mentira de Satanás, não interessando quão ridícula tal mentira possa    ser. No instante em que elas dobram seus joelhos diante da cruz de Cristo e O    recebem como Senhor de suas vidas, torna-se simples o passo seguinte: deixar de    lado a grande mentira e aceitar a verdade de Deus. A verdade é que existe um    Deus que criou todos os homens, que deu por nós o Seu Filho unigênito, através    de quem Ele deseja que todos os homens sejam salvos, por meio da fé em Jesus    Cristo. Não é de se admirar que a Bíblia ensine que há somente um caminho de    salvação (João 14.6). Ou, dito de outra maneira: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum    outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos    4.12).

(Pre-Trib Perspectives - http://www.chamada.com.br)

Nota:

1. LaHaye,      Tim, Revelation Unveiled, (“O Apocalipse      Desvendado”), Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishers, 1999), página 256.