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A santificação sob a perspectiva da bíblia-introdução: Aqui |
Dave Hunt
Há cidades no mundo atual que são reconhecidas por sua localização estratégica, seu grande tamanho, seu clima e recursos naturais, ou seu potencial e sua capacidade industrial e manufatureira. Jerusalém não tem nenhuma dessas vantagens para recomendá-la. Mas não existe outra cidade no mundo que seja mais conhecida e mais amada por tantas pessoas de nacionalidades e crenças diversas. E, certamente, não existe outra cidade de maior importância para a paz mundial.
Não é necessário discutir que a paz do mundo depende da paz de Jerusalém. Esse incrível fato é reconhecido pelas Nações Unidas, pois o maior esforço é feito por seus membros para encontrar alguma maneira de alcançar uma paz justa e duradoura entre árabes e judeus na Palestina – e um progresso significativo foi aparentemente feito. Até hoje, no entanto, a questão de Jerusalém ainda pende na balança e será o fator decisivo. Jerusalém é, na realidade, única entre as cidades mundiais tanto em relação à sua história como ao seu impacto presente e futuro no resto do mundo.
Única? Sim, sem dúvida essa cidade desgastada pelo tempo se mantém solitária, numa categoria própria. Ao contrário de qualquer outro lugar na terra, Jerusalém sozinha é isolada e seu papel notável no destino mundial (muito evidente hoje) está expresso claramente através da Bíblia tanto nos registros históricos como nas afirmações proféticas. As citações proféticas neste artigo são poucas entre as 811 vezes que Jerusalém é mencionada nas Escrituras.
Essa miríade de referências oferece uma explicação aparentemente absurda para a posição surpreendente de Jerusalém no cenário mundial de hoje, uma posição que jamais poderia ser de qualquer outra cidade e que até a maioria dos atuais habitantes de Jerusalém não acredita pertencer a ela. Como é que aquela que deveria ser apenas mais uma cidade aparentemente comum (ou até mesmo obscura) do Oriente Médio poderia alcançar tal posição? Se palavras têm algum significado, os profetas bíblicos declaram inequivocamente e com voz ressoante, século após século, que Jerusalém é “a cidade de nosso Deus”, escolhida por Ele para desempenhar um papel especial no destino humano. Desafiamos o leitor a encontrar qualquer outra justificativa para a singularidade de Jerusalém.
Tal afirmação é geralmente rejeitada de modo sumário hoje em dia, e por várias razões. Existem aqueles que desconsideram qualquer crença em Deus e que ridicularizam a Bíblia como sendo uma coleção de mitos. Quão irônico que uma alta porcentagem dos habitantes daquela que a Bíblia designa como “a cidade do nosso Deus” aleguem ser ateus! Como tais, porém, eles não podem negar o papel extraordinário de Jerusalém nos assuntos mundiais nem podem apresentar uma teoria para explicá-la.
Outras pessoas, enquanto alegam algum interesse religioso e tolerância, são todavia cautelosas em levar a Bíblia “muito ao pé da letra”. E até mesmo os literalistas, às vezes, discordam entre si a respeito do que as passagens proféticas da Bíblia realmente significam. Para aumentar a confusão, um grande número de evangélicos está aceitando a antiga opinião católica de que a Igreja substituiu os judeus como povo de Deus. O Estado de Israel é, portanto, visto por muitos como uma criação ilegítima de um sionismo mal direcionado e irritantemente zeloso que teve sorte no momento exato na história.
A maioria dos judeus de hoje considera a existência de Israel como resultado de sorte fortuita combinada com sangue, suor, e lágrimas ao invés do cumprimento de profecia (na qual quase ninguém mais acredita). Para os árabes, é claro, a sugestão de que Deus prometera a Palestina aos judeus e está agora cumprindo essa promessa é absurda. Para os muçulmanos fundamentalistas isso é blasfêmia. Apesar das palavras Palestina e Canaã não aparecerem no Corão, o Islã ensina que essa terra não pertence aos judeus, mas aos árabes. Por isso a própria existência de Israel e, acima de tudo, o seu controle sobre Jerusalém são insultos intoleráveis ao Islã. Somente com a expulsão dos judeus da Palestina é que a honra árabe pode ser restaurada.
Apesar dos árduos esforços militares dos árabes, utilizando a superioridade numérica impressionante de força humana e de máquinas, e contando com o apoio da ex-União Soviética, a pequena nação de Israel não só sobreviveu, mas na verdade tem se tornado cada vez mais forte.
Porém, apesar dos árduos esforços militares dos árabes, utilizando a superioridade numérica impressionante de força humana e de máquinas, e contando com o apoio da ex-União Soviética, a pequena nação de Israel não só sobreviveu, mas na verdade tem se tornado cada vez mais forte. A superioridade da máquina bélica israelita é um fato fascinante e bem estabelecido que acabou forçando os árabes a negociar. E não importa a objeção que os céticos façam, o fato de que (precisamente como a Bíblia previu) a paz do mundo inteiro está ligada ao futuro de Jerusalém não pode ser negado. Tampouco existe uma explicação razoável ou uma refutação lógica dessa situação realmente inconcebível.
Alguns céticos têm proposto, como uma justificação puramente racional, a atração espiritual irresistível que essa “Cidade Santa” exerce sobre metade da população mundial. Ela é venerada por cerca de 1 bilhão de muçulmanos, 1 bilhão de católicos romanos, 400 milhões de devotos ortodoxos, e 400 milhões de protestantes. Mas o fato em si apenas cria mais dúvidas e aprofunda o mistério do caráter surpreendente de Jerusalém.
Por exemplo, Jerusalém não é mencionada sequer uma vez no Corão – uma omissão um tanto gritante se ela é mesmo tão sagrada para o Islã como os muçulmanos de hoje crêem. Houve até mesmo uma tentativa frustrada no início do Islã (por razões comerciais) de fazê-la o centro da adoração muçulmana, mas essa tentativa foi rapidamente rejeitada pelo mundo muçulmano. O historiador Will Durant escreve:
Em 684, quando o rebelde Abdullah ibn Zobeir controlou Meca e recebeu os impostos de seus peregrinos, Abd-al-Malik, ansioso por atrair um pouco dessa renda sagrada, decretou que a partir de então essa rocha [onde Abraão havia oferecido Isaque e o templo havia se situado em Jerusalém] deveria substituir a Caaba [em Meca] como o objeto da peregrinação sagrada. Sobre aquela rocha histórica seus artesãos ergueram [em 691] no estilo sírio-bizantino o famoso “Domo da Rocha”, que logo passou a ocupar o terceiro lugar entre as “quatro maravilhas do mundo muçulmano...”
O plano de Abd-al-Malik de fazer esse monumento substituir a Caaba fracassou; se tivesse tido sucesso, Jerusalém teria sido o centro de todas as três religiões que competiram pela alma do homem medieval. Mas Jerusalém não era nem a capital da província da Palestina [sob os árabes]...1
Durante os séculos em que Jerusalém esteve sob completo controle árabe, nenhum governador árabe ou líder islâmico jamais a fez o objeto da peregrinação religiosa – novamente uma estranha indiferença pela cidade que agora é considerada o terceiro local religioso mais sagrado no Islã, depois de Meca e Medina. Nós somos confrontados com uma questão óbvia: como e por que o status de Jerusalém mudou tão dramaticamente nos tempos modernos? O fato da enorme rocha achatada dentro do Domo ter sido o local do sacrifício de Isaque por Abraão e também do Templo não foi o suficiente para mover a alma muçulmana. Ela tinha que ser o cenário de um mito associado com Maomé para estimular tal sentimento.
A importância de Jerusalém na concepção popular dos muçulmanos de hoje é derivada da crença de que dentro do Domo na Rocha fica o local sagrado de onde Maomé supostamente subiu ao céu. Essa tradição, no entanto, apesar de agora estar firmemente estabelecida na mente muçulmana, é de origem recente. Ela é, na verdade, uma fantasia inventada pelo tio de Yasser Arafat, Haj Amin el-Husseini, antigo Grão-Mufti de Jerusalém. Ele promoveu esse mito nas décadas de 1920 e 1930 para incitar o sentimento árabe contra a crescente presença judaica em Jerusalém e para justificar a localização do Domo da Rocha no local do Templo.
”A importância de Jerusalém na concepção popular dos muçulmanos de hoje é derivada da crença de que dentro do Domo na Rocha fica o local sagrado de onde Maomé supostamente subiu ao céu. Essa tradição, no entanto, apesar de agora estar firmemente estabelecida na mente muçulmana, é de origem recente.
É evidente que tal idéia não era a verdadeira razão para a construção desse monumento ao Islã por Abd-al-Malik em 691, pelo fato de que o único verso do Corão (Sura 17:1) que faz alusão a esse suposto evento, como é afirmado agora, não é encontrado entre os versos do Corão que estão inscritos dentro do Domo. A ausência dessa passagem-chave do Corão explica tudo. Obviamente a interpretação agora dada a esse verso era desconhecida antigamente, e com boa razão. O fato é que qualquer leitura normal do verso, utilizando o significado normal das palavras, é incapaz de sugerir a tradição de Maomé ter visitado aquele local e de lá ter sido levado para o céu. O Corão não diz nada disso, mas sua simples afirmação foi distorcida e se tornou uma tradição islâmica atualmente aceita. Aqui está o verso:
Glorificado seja Ele que carregou Seu servo à noite do Inviolável Lugar de Adoração para o Lugar Distante [al-Aqsa] de Adoração, cuja vizinhança Nós abençoamos, para que Nós apresentemos a ele Nossas ofertas! Eis que Ele, e só Ele, é Quem ouve, e Quem vê.
O comentário que o acompanha diz que o “Inviolável Lugar de Adoração” é Meca e que o “Lugar Distante de Adoração” é Jerusalém. O primeiro é, com certeza, verdade, porque Meca desfrutou dessa posição desde o princípio. O outro, porém, não tem fundamento porque Jerusalém nunca havia sido cenário de adoração islâmica até essa época, nem o seria pelos próximos séculos. Como já notamos, Jerusalém não é mencionada pelo nome no Corão, nem nesse verso nem em qualquer outro lugar. Então, como poderia ser um lugar de oração para o muçulmano que nunca foi direcionado a ela?
Obviamente, o magnífico Domo na Rocha foi erguido naquele local em particular não somente numa tentativa de Abd-al-Malik de obter recursos potencialmente vastos dos peregrinos, mas também para impedir que os judeus algum dia reconstruíssem o Templo. Sem dúvida pensou-se que, sem aquela estrutura sagrada, os judeus não teriam razão para se reunirem novamente em Jerusalém. Assim, há mais de um milênio, estava pronto o cenário para um conflito futuro que hoje ameaça a todos nós com uma Terceira Guerra Mundial – uma guerra por causa de Jerusalém, uma guerra da qual a Terra provavelmente jamais se recuperará.
O fato de Jerusalém ser singular é atestado ainda mais porque a maioria das nações do mundo de hoje quer que ela esteja sob controle internacional. O Vaticano até exigiu a internacionalização de Jerusalém durante o debate da ONU em 1947 a respeito da divisão da Palestina. Nenhum desejo semelhante é expresso ou sequer faz sentido para outras cidades, então por que seria imposto a Jerusalém? Isso não é razoável e não tem precedente. No entanto, até agora as nações do mundo concordam entre si que Jerusalém não pode ser a capital de Israel, apesar de Israel ter designado e situado seu Knesset (Parlamento) ali em 1980. O resto do mundo já ditou a uma nação onde ela poderia ou não estabelecer sua capital? Então, por que o fazem a Israel? Certamente governos seculares não crêem no que a Bíblia diz sobre Jerusalém, então porque eles consideram essa pequena e isolada cidade do Oriente Médio tão especial?
Para termos uma comparação, considere o caso da Alemanha Oriental. Quando aquele país derrotado, desafiando o acordo de Potsdam, designou Berlim Oriental como sua capital, as nações consentiram imediatamente sem qualquer murmúrio de protesto. Não com Jerusalém. Não há nenhum acordo internacional que dê a outras nações qualquer controle de Jerusalém. Porém ela é tratada como se pertencesse não a Israel, mas ao resto do mundo.
Na verdade, as maiores potências do mundo, no que aparentemente é um acordo não-escrito entre elas, determinaram que um dia Jerusalém será um centro mundial de “paz” sob controle internacional. Não é coincidência que o Vaticano teve um papel principal nesse programa e recentemente alcançou o favor de Israel para buscar esse estranho propósito. O fato de Jerusalém ser a chave da paz mundial é óbvio demais para ser discutido. Mas o fato de que Jerusalém, dentre todas as cidades do mundo, desempenhe tal papel não faz sentido, a não ser que se aceite o que a Bíblia diz sobre ela.
”Como outras nações, os Estados Unidos, apesar de terem apoiado Israel, no entanto colocaram sua embaixada não em Jerusalém mas em Tel Aviv, ao contrário dos desejos de Israel.
Como outras nações, os Estados Unidos, apesar de terem apoiado Israel, no entanto colocaram sua embaixada não em Jerusalém mas em Tel Aviv, ao contrário dos desejos de Israel. Até a mídia mundial acompanha essa negação aberta a Israel de dirigir seus próprios assuntos. Por exemplo, de maneira arbitrária e desafiando a lógica, a BBC e outras emissoras européias de rádio e televisão habitualmente se referem a Tel Aviv como a capital de Israel, uma distorção inexplicável dos fatos que persiste como uma espécie de conspiração mundial gigante. Num recente programa de perguntas na televisão alemã, Tel Aviv foi considerada a resposta correta para a pergunta sobre a localização da capital de Israel. Quão frustrante para Israel que a capital que escolheu não seja considerada como tal pelo resto do mundo!
Só se pode perguntar novamente: “Por que esse tratamento sem precedentes para Jerusalém?” O que a faz tão especial? Por que ela tem tanta importância para todas as nações? Só a Bíblia oferece uma explicação razoável. Se a resposta bíblica para essa questão é rejeitada, então nenhuma outra resposta racional pode ser encontrada. Sua significância religiosa, como já vimos, não é suficiente para explicar completamente a singularidade de Jerusalém, uma singularidade que tem significância totalmente irracional para as potências seculares mundiais. Por que um mundo que não crê nas promessas da Bíblia a respeito de Jerusalém, mesmo assim trata essa cidade como se o que a Bíblia diz é verdade?
Surpreendentemente, os líderes de Israel estavam envolvidos numa considerável intriga de bastidores para concretizar o controle internacional – negociações que equivaliam a uma traição à sua nação. De acordo com o boletim de inteligência Inside Israel, o ex-ministro do Exterior, Shimon Peres, enviou uma carta para Yasser Arafat em outubro de 1993, “comprometendo Israel a respeitar instituições governamentais da OLP em Jerusalém.” Após Peres ter negado a existência da carta, finalmente foi admitido que ela fora enviada. Essa confissão relutante foi seguida por uma revelação ainda mais perturbadora. Mark Halter, um amigo chegado de Peres, “disse ao semanário israelenseShishi que em maio [de 1994] ele entregou uma carta de Peres ao papa que descrevia os planos do então ministro do Exterior em relação a Jerusalém. De acordo com Halter, ‘Peres ofereceu entregar o governo da Cidade Antiga de Jerusalém ao Vaticano’.”
De acordo com o plano secreto (e para a maioria dos israelenses, inimaginável), a cidade teria tanto um prefeito israelense como um palestino, ambos sob a autoridade do Vaticano. O Vaticano deixou claro que considera os locais religiosos em Jerusalém sagrados demais para estarem sob o controle de autoridades locais. Ele quer carregar sobre seus próprios ombros essa responsabilidade e, aparentemente, Peres estava disposto a permitir isso. Num acordo aparente com o Vaticano, os “líderes da comunidade cristã” em Jerusalém entregaram ao governo israelense no final de 1994 um documento não-publicado que também aclamava a internacionalização de Jerusalém.2 Numa tentativa aparente de assegurar a todos os lados que trataria do assunto imparcialmente, o Papa João Paulo II declarou numa entrevista exclusiva para a revista Parade no começo de 1994:
Nós acreditamos que, com a aproximação do ano 2000, Jerusalém se tornará a cidade de paz para todo o mundo e que todas as pessoas poderão se reunir ali, principalmente os fiéis das religiões que encontram sua herança na fé de Abraão [obviamente incluindo os muçulmanos].3
”Como outras nações, os Estados Unidos, apesar de terem apoiado Israel, no entanto colocaram sua embaixada não em Jerusalém mas em Tel Aviv, ao contrário dos desejos de Israel.
Outras revelações confidenciais indicam que Jerusalém deveria tornar-se o “segundo Vaticano do mundo”, com todas as três religiões principais operando ali, como o Papa insinuou, sob a autoridade de Roma. Um Estado palestino surgiria em aliança com a Jordânia, com sua capital religiosa em Jerusalém, mas tendo sua capital administrativa em outro lugar, possivelmente Nablus. O Ministério de Relações Exteriores de Israel justificou essa aparente traição prometendo que os novos laços de Israel com o mundo católico iriam levar ao comércio, turismo, e prosperidade e que um governo católico de Jerusalém daria uma mão forte para a rápida solução de futuras disputas entre judeus e árabes. Um pronunciamento vindo da Jordânia no final de 1994 pareceu confirmar o que foi declarado acima:
A Jordânia renunciou na semana passada às suas ligações religiosas com a Judéia, Samaria e Gaza, mas reteve suas reivindicações religiosas com respeito a Jerusalém... Relações entre a Jordânia e a Autoridade Nacional Palestina (AP) se desgastaram após a assinatura de uma declaração jordaniano-israelense em 25 de julho, na qual Israel reconhecia um papel especial da Jordânia quanto aos locais muçulmanos de Jerusalém...
Em Jericó, o ministro de Relações Islâmicas da AP recebeu com prazer a decisão da Jordânia de cortar suas relações religiosas com os territórios.4
Na Conferência de Cúpula de Washington que se seguiu, o [entrementes falecido] rei Hussein da Jordânia, esperando defender o seu direito ao controle jordaniano dos locais sagrados de Jerusalém, declarou que “só Deus tem o direito de decidir quem será dono do Monte do Templo e de Jerusalém.” Como um comentarista judeu afirmou, no entanto, “Ele está certo, é claro. Mas a questão então se torna, Deus de quem? Pois... o Alá de Hussein não menciona Jerusalém nem uma vez no Corão, enquanto a Bíblia hebraica e o Novo Testamento se referem ambos à cidade mais de 800 vezes. O Deus de Israel já exerceu Seu direito de decidir. E Ele deu Jerusalém aos judeus como sua herança eterna... [um fato que] desafia a insidiosa teologia ‘interconfessional’ que iguala Deus ao Alá do Islã.”5
O mesmo escritor, ao comentar um livro recente de Eliyahu Tal intitulado Whose Jerusalem?(Jerusalém de Quem?), acusa os “possíveis redivididores” de Jerusalém de terem “a intenção de arrancar o próprio coração da alma judia.” Sua resenha apresenta a essência de um livro convincente:
Tal fala sem rodeios. E para aqueles que ainda escolhem legitimidade histórica ao invés das reivindicações dos xiitas iranianos, árabes palestinos, hachemitas, marroquinos e árabes sauditas, inspiradas pelo Islã, e ‘lubrificadas’ com petróleo, a informação reunida em Whose Jerusalem? oferece uma base sólida com a qual rebater os apelos cada vez maiores para a redivisão de Jerusalém, ou sua rejeição como a capital exclusiva do Estado judeu...
Apenas os judeus viveram e morreram por séculos na esperança de serem fisicamente restaurados a esta cidade. Só quando um rei judeu reinava aqui é que aShechinah (glória de Deus) brilhava visivelmente em Jerusalém, e, portanto, foi somente para os judeus que a própria cidade tem sido santa por todos esses anos.”6
Jerusalém parece ter uma importância singular, também, no programa de Deus dos eventos dos últimos dias. Jesus declarou: “Até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles” (Lucas 21.24). Será que a tomada de Jerusalém pelos judeus em 1967 marcou o fim da era gentílica e trouxe Israel de volta ao centro do palco no programa de Deus? Se assim for, Jerusalém deve continuar em mãos judias até Armagedom. Isso não significa, porém, que a batalha pelo controle de Jerusalém terminou. Na verdade, sem dúvida, ela se intensificará à medida que a revelação do Anticristo se aproxima.
Essa batalha certamente já está esquentando. No começo de 1994, num discurso numa mesquita de Johannesburgo, Yasser Arafat pediu a jihad (guerra santa) contínua por parte dos árabes para retomar Jerusalém. Quando o conteúdo de seu discurso, obviamente direcionado apenas aos ouvidos árabes, tornou-se de conhecimento público, criou um distúrbio compreensível no ambiente governamental israelense. Arafat tentou disfarçar sua afirmação dizendo que jihad também significa um confronto pacífico.
Não existe, no entanto, tal conceito no Corão; e “confronto pacífico” certamente não foi nem ensinado nem praticado por Maomé. Na verdade, outra afirmação naquele discurso de Arafat não deixa nenhuma dúvida da sua intenção: “Esse acordo [entre a OLP e Israel], eu não o considero mais que o acordo que foi assinado entre nosso Profeta Maomé e os Quraish.” Essa referência foi ameaçadora.
Os Quraish, a própria tribo de Maomé, controlava Meca mas não com poder suficiente para aguentar a crescente força militar de Maomé. Então seu povo assinou um tratado de paz com Maomé, que, por pretexto, o Profeta quebrou dois anos mais tarde, matando os líderes dos Quraish e conquistando Meca. Assim, Arafat estava dizendo que o acordo da OLP com Israel é apenas um passo na declarada conquista de Israel, a ser quebrado bem facilmente e, com a consciência bem tranqüila, na medida em que o próprio Maomé deu o exemplo de traição justificável. O analista israelense Moshe Zak escreveu:
Não foram mentiras ou estupidez que caracterizaram as afirmações de Arafat em Johannesburgo, mas uma estupenda sinceridade. Suas declarações diretas e claras lembravam Mein Kampf (Minha Luta), no qual o autor [Hitler] foi direto a respeito de seus planos, de tal forma que seus adversários não o levaram a sério. Todos nós sabemos agora que ao se tornar realidade o programa satânico de Hitler já era muito tarde para pará-lo.
Arafat não deixou escapar segredos em Johannesburgo: ele aproveitou sua convocação para uma jihad e citou o acordo de Maomé com a tribo Quraish para testar a sua tese de que Israel iria engolir isso também.
O líder da OLP tinha certeza de que os protestos israelenses fortaleceriam sua posição entre seu próprio povo – pois ele jamais poderá dar a impressão de estar cooperando com Israel contra o Hamas e o Jihad Islâmico [dois importantes grupos terroristas]. Sua retórica sobre uma guerra santa para libertar Jerusalém foi criada para remover toda suspeita de tal cooperação...
Seja qual for a interpretação das afirmações de Arafat, uma coisa é certa: as massas palestinas entendem sua mensagem sobre uma guerra santa para libertar Jerusalém.7
Não se engane: O mundo terá guerra ou paz dependendo do que acontecer na “cidade de nosso Deus.” Na verdade, nós sabemos o que acontecerá ali porque a Bíblia profetizou isso com muitos detalhes. Vamos nos referir a essas profecias nas próximas páginas.
”Será mera coincidência que Jerusalém, a chave atual da paz mundial, foi originalmente chamada Salem, que significa “paz”?
Será mera coincidência que Jerusalém, a chave atual da paz mundial, foi originalmente chamada Salem, que significa “paz”? Ela foi governada naqueles antigos dias por uma das figuras mais enigmáticas na história: Melquisedeque, rei de Salem. Ele aparece subitamente do nada nas páginas das Escrituras, depois desaparece. Esse era território pagão, mas Melquisedeque era “o[não um] sacerdote do Deus Altíssimo” (Gênesis 14.18; cf. Hebreus 7.1). Abraão, conhecido como “o amigo de Deus”, admirava Melquisedeque como alguém maior que ele mesmo, honrou-o com uma oferta, e aceitou sua bênção (Gênesis 14.19,20; Hebreus 7.1,2).
Conversando com Deus, Salomão chamou Jerusalém de “a cidade que tu escolheste...” (1 Reis 8.44). Jerusalém, com o seu destino profético pronto para atingir força total, apresenta uma mensagem clara para o mundo: a humanidade não é o produto do acaso e de forças evolucionárias cegas. Nada no universo, nem a própria energia nem as míriades de formas em que se manifesta, pode ser explicado pelo acaso. Claramente as leis da física e química não iniciaram seu controle organizado sobre a matéria mas foram criadas por um Legislador; e tão obviamente quanto isso, o átomo e a célula viva, com sua organização e função incompreensíveis, só poderiam ter sido criados e concretizados por um Criador infinito. Em concordância com o universo que a cerca, Jerusalém declara ao mundo que a humanidade tem um lugar especial na criação de Deus e que um destino glorioso espera aqueles que reconhecerem e obedecerem ao Deus de Israel que escolheu Jerusalém como Sua cidade.
Se alguém gosta das implicações ou não, permanece o fato de que o papel, racionalmente inexplicável, desempenhado por Jerusalém foi profetizado na Bíblia milhares de anos atrás. E se alguém gosta das implicações ou não, permanece também o fato de que essas profecias bíblicas oferecem a única explicação racional para o lugar singular de Jerusalém no cenário mundial de hoje. Os fatos permanecem por si sós, e não podem ser refutados apesar de muitos israelenses e sionistas rejeitarem seu sabor milagroso.
Sem a Bíblia não é possível fazer sentido da história humana. Nós nos deparamos com apenas duas escolhas: ou a humanidade é simplesmente um acidente, que aconteceu em um dos bilhões de planetas (e se aqui, talvez em outros espalhados pelo cosmo), ou fomos criados por Deus para Seus próprios propósitos. É só o Deus da Bíblia que dá propósito e significado à Sua criação, e Ele decretou que Israel terá um papel importante em Seu plano.
Jerusalém! Ela é diferente de qualquer outra cidade na terra. Ela fica no centro da história e no próprio coração dos propósitos de Deus para este planeta e todos os seus habitantes. Essa é a “Cidade de Deus”, onde Deus escolheu colocar Seu nome e para a qual Ele dará a última palavra. Quer goste ou não, o mundo inteiro não pode escapar das implicações dessa escolha.
(Dave Hunt -http://www.chamada.com.br)
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